sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Descubra a origem do nome África !


África! O que vem a significar esta palavrinha de 6 letras que na

classificação da língua portuguesa é uma palavra tónica por possuir um
acento que se pronuncia com mais intensidade; trissilábica, por possuir três
sílabas e proparoxítona, por ter o acento tónico na antepenúltima sílaba?
Eis a questão!




É de extrema importância ressaltar antes de tudo que, o nome do nosso
continente não foge à regra, pois a maioria dos nomes de países que hoje
constituem o continente negro, embora oriundos de palavras genuinamente
locais, surgiu/surgiram dos primeiros contactos dos colonizadores com as
populações autóctones. Podemos dizer, de um mal-entendido linguístico. O
nativo, indagado alguma coisa assim : Como se chama? Como se chama este
lugar? Ele, sem entender absolutamente nada, responde algo que lhe pareceu
ter sido perguntado, associando o som ouvido à palavra que conhece. E, o
inquiridor, que também desconhece totalmente a língua do aborígene e, ávido
de ter uma resposta, capta o som, balbucia a palavra e escreve de sua forma
o som ouvido sem mais nem menos. O que importa é algo registado!

A palavra África deriva de AVRINGA ou AFRI, nome da tribo Berbere que na
antiguidade habitava o Norte do continente.
Os berberes são descendentes dos antigos Númidas que habitavam a região
chamada Numídia, entre o país de Cartago e actual Mauritânia, conquistada
pelos romanos ao rei Jugurta, cuja capital era a cidade de Cirta, hoje
Constantina, na Argélia.


Os antigos romanos usavam o nome África terra, “terra dos afri” (afer no singular), para a parte norte do continente, correspondendo à moderna Tunísia. A origem do termo “afer” talvez seja a palavra fenícia “afar”, que significa “pó, poeira”; pode também ser da tribo dos “afridi”, que habitou o norte da África em torno da região de Cartago. Pode também derivar do grego “aphrike”, “sem frio”, ou do latim “aprica”, “radiante, ensolarado”.O nome África começou a ser usado pelos romanos a partir da conquista da
cidade de Cartago para designar províncias a Noroeste do Mar Mediterrâneo
africano, onde hoje situam-se a Tunísia e a Argélia. Recorda-se que Cartago
foi uma das famosas cidades de antiguidade da África. Foi fundada no séc.
VII a. C. pelos Fenícios, sob a direcção da Princesa Tiriana Dido ou Elisa,
filha de Muto, rei de Tiro, (actual cidade de Sur no Líbano) que após a
morte do seu marido Siqueu, fugiu para a África e fundou a cidade de Cartago
numa península, perto da qual se encontra hoje a cidade de Túnis, capital da
Tunísia. Em pouco tempo, Cartago tornou-se capital de uma poderosa república
marítima, substituindo-se a cidade de Tiro no Ocidente. Criou colônias na
Sicília e na actual Espanha. Enviou navegadores ao Atlântico Norte.
Entretanto, as colônias cartagineses na Sicília suscitaram vistas ambiciosas
dos romanos que cultivaram uma ferrenha rivalidade que culminou com as 3
guerras chamadas Púnicas.


No final da 2ª guerra púnica, os romanos conseguiram apoderar-se da bela e
sumptuosa cidade de Cartago, sob o comando de Cipião - o Africano, apesar
dos esforços empreendidos por Aníbal para impedir que os romanos apoderassem
dela. Cartago restabeleceu-se dessa derrota, mas foi definitivamente
destruída na 3ª guerra púnica, por Cipião Emiliano. Reconstruída pouco
depois, floresceu novamente do séc. I a VI da nossa era e foi uma verdadeira
capital da África romana. Mas, no ano 698 caiu nas mãos dos árabes e começou
a decadência.

Portanto, no século XVI, com a necessidade dos Europeus de avançarem para o
interior e para o sul do continente negro, o nome África generalizou-se para
todo o continente que passou a chamar-se de "África".

A palavra África significa também: façanha, proeza, valentia, algo difícil
de se realizar. Este segundo e pseudo significado, embora recheado de um
certo preconceito de um lado, de outro dignifica-nos como africanos, pois
mostra a nítida resistência à penetração estrangeira no interior do nosso
continente e traduz a realidade verdadeira da época. Foi dado pelos
Europeus expedicionários, principalmente os portugueses, como consequência
das enormes dificuldades que tiveram em penetrar no interior do continente.


A resistência dos nativos causava aos estranhos e indesejáveis visitantes,
baixas humanas e muitas vezes retrocediam à face das dificuldades e perigo
de serem dizimados pelo inimigo que eles mal conheciam e o pior de tudo,
conheciam mal o seu terreno.
Por isso, todos aqueles que se dispusessem a fazer parte das chamadas
expedições em África eram considerados destemidos e valorosos militares,
dispostos "a fazer uma África" isto é, a mostrar sua coragem, a
guerrearem, enfrentando o incerto ou inimigo desconhecido. Portanto, estavam
dispostos a "meter uma lança em África", que significa dizer, levar a cabo
uma empresa difícil.










Priscila Tintiliano

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